A ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, lamentou esta terça-feira o assassínio da investigadora portuguesa Vanessa Cerqueira, no Estado do Acre, adiantando ter recebido informações de que o crime não está relacionado com questões ambientais.
É lastimável. Temos informações de que não se trata de um crime ambiental, mas, qualquer forma de violência que afecte os direitos humanos é inaceitável», afirmou a ministra à Agência Lusa.
As investigações iniciais apontam como suspeito do homicídio um homem que estava em liberdade condicional, após cumprir uma pena de dez anos de prisão por um crime semelhante.
Apesar de o crime aparentemente não se relacionar com problemas ligados à terra e ao meio ambiente, organizações ambientalistas consideraram a morte da pesquisadora como resultado da violência na região Amazónica.
«A violência na Amazónia é mais um elemento de um processo histórico de descontrolo que acontece na região. A ausência total do Estado na região faz com que haja uma sensação de impunidade», afirmou à Lusa a ambientalista Adriana de Carvalho Ramos, do Instituto Socioambiental, organização não governamental fundada em 1994.
Segundo Adriana Ramos, os trabalhadores rurais da região e a população ribeirinha ficam expostos a essa violência no dia-a-dia.
«Deveria haver uma iniciativa de pensar na Amazónia como uma questão de interesse nacional. Mas a região ainda é vista como longínqua e as iniciativas de colocar polícias e agentes públicos na Amazónia são muito pontuais e não conseguem conter a violência», acrescentou.
A pesquisadora portuguesa Vanessa Cerqueira, de 36 anos, foi morta no domingo, num pequeno riacho de um local conhecido como Toco Preto, a cerca de 50 quilómetros de Rio Branco, capital do Acre.
O corpo de Vanessa foi encontrado por polícias, na sequência de um alerta da professsora Elizandra Moura de Lima, da Universidade Federal de Acre, que ajudava a investigadora portuguesa nos seus trabalhos de pesquisa.
Segundo as investigações policiais, a investigadora terá sido violada antes de ser morta com vários golpes na cabeça.
Fonte: Diário Digital / Lusa
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