terça-feira, março 20, 2007

Cleyton Gerhardt - Membro

Cleyton Gerhardt formou-se em Agronomia em 1999 pela UFRGS, em Porto Alegre, mas desde a graduação esteve sempre ligado às ciências sociais. Concluiu seu mestrado em 2002 no programa de pós-graduação em Desenvolvimento Rural (também na UFRGS); um programa multidisciplinar voltado para as temáticas rurais que reúne desde sociólogos, antropólogos, geógrafos, pedagogos até agrônomos e biólogos. Sua dissertação intitulada "Agricultores familiares, mediadores sociais e meio ambiente: a construção da problemática ambiental em agroecossistemas" foi desenvolvida em uma região de mata atlântica localizada no litoral norte do Rio Grande do Sul, chamada Vale do Rio Maquiné. Lá existe uma Reserva Biológica, duas APAs, terras indígenas pertencentes aos Mbya-Guaranis, remanescentes de quilombos, agricultores familiares empobrecidos e uma forte presença de extrativistas de samambaia-preta.

Além das fortes restrições ambientais ao uso dos recursos naturais pelos agricultores, a atividade destes extrativistas era proibida por lei, porém, os samambaieiros, como são lá conhecidos, conseguiram, com a ajuda de uma ONG local, a ANAMA (da qual Cleyton participou por um tempo como humilde colaborador) reverter essa situação. Desde dezembro de 2006 a extração de samambaia está regulamentada no estado; a partir de 2003 este membro foi fazer doutorado na Federal Rural do Rio de Janeiro, no CPDA, curso de Pós-Graduação em Sociedade, Agricultura e Desenvolvimento; que é também um curso multidisciplinar, só que com um corpo docente com uma formação voltada mais especificamente para as ciências sociais.

Sua tese analisa as disputas interpretativas de cientistas sobre a questão das áreas naturais protegidas. Cleyton trabalha com "narrativas", "trajetórias" e "discursos" de pesquisadores que, a partir das suas disciplinas acadêmicas, acham-se envolvidos com a discussão política sobre a implementação de áreas naturais protegidas (portanto, que tentam responder, por exemplo, por que, onde e como implementar, ou não, estas áreas, de que forma gerenciá-las, como tratar questões relacionadas com populações locais-tradicionais, que parâmetros usar para que sejam selecionadas, políticas de financiamento, planos de manejo etc.).

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito salutar seu trabalho sobre as áreas de preservação, que são de extrema importância para a preservação da biodiversidade e dos conhecimentos das populações tradicionais.